"Quero um sonho construído", começa.
Numa conversa com uma espécie de consciência, discute-se imenso.
Eu prefiro construir os meus, preferências... Sonhos construídos, sonhos por construir, se existe alguém que sonha, sou eu. Sonho com o que verei, por onde passarei, o que serei, o que farei, como acabarei, sonho com tudo, mas sonho acordado para não desperdiçar o tempo apenas a sonhar e deixar escapar a realização dos mesmos. Não condeno os sonhos, tal como não condeno a fé, condeno-os sim, em tamanho desmedido, condeno sim a tendência que as pessoas têm em se acobardar e demover dos objectivos por detrás do sonho, da fé, da esperança. Condeno sim, quem se habitua a uma vida de merda, e não luta com medo que o que venha, seja pior, condeno sim, o comodismo litúrgico, o cataclismo da determinação.
"Condenas-me, mas disse que tinha defeitos". Sim, sempre soube. Nunca nada me fascinou pela perfeição, mas sim pela garra com que a procura, pela "fome de ser", pela procura dos sonhos. E sinto que esse meu interior está a deixar escapar o sonho, no sentido lato, e isso consome-me. A morte física começa pela psicológica. Enquanto sonhares, viverás. Enquanto os teus sonhos forem ouvidos, viverás. Enquanto os teus sonhos fizerem sonhar outros, viverás.
"Faz-me sonhar", termina. Não consigo fazer sonhar quem não se mantém acordado para a vida.
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