segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019


Não há nada mais genuíno do que a saudade de querer ficar.
Com o tempo apenas aprendemos que as partidas são normais, vão ficando cada vez mais banais, principalmente as nossas pois, cada vez que algo ou alguém parte, parte uma parte de nós. Já não poderei dormir em casa da minha avó, já não poderei ter-te em mim. Amanhã ela já terá partido, amanhã já terás casado e eu, em essência, já me terei perdido algures. Depois da existência de certas pessoas, as outras só podem aspirar a ser as segundas nesses campos. Já terei de me ter redesenhado e isso, nunca será o original. Terei saudades até de querer ficar comigo. O sol nasce para todos mas, para mim, temo que nasça cada vez menos intenso.

A realidade fala-te ao coração enquanto a boca sente o que bebes,
Tens a cabeça num turbilhão, mas Deus sabe o que realmente queres.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Pois bem, falta cerca de um mês e meio para completar dois anos que aqui não escrevia nada... Portanto, venho por este meio informar que tenciono voltar a escrever. E, basicamente, neste momento, foi tudo o que vim dizer, vim dizer que, apesar de achar que, provavelmente, não esteja ao nível de outrora, tenciono publicar sobre diversos pensamentos. Encontro-me mais maduro, mais responsável e com outro "alcance" de certas coisas. Neste momento, reli as minhas publicações e a citação que me vem à cabeça é exactamente do grande Homem que o mundo (e aqui acerto nas maiúsculas e minúsculas, pois ele era quase maior que o próprio sítio onde habitava) acaba de perder. "Não há nada como voltar a um sítio que esteja igual para vermos o quanto mudámos.". Descansa em paz, Madiba. E, basicamente, é só isto, muito obrigado, até amanhã.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Factor revolucionário

Quantas vezes já o nosso olhar recaiu sobre uma imagem comum, mas tão bela para elevar o nosso pensamento e abrilhantar, mesmo que por momentos, a nossa vida? Exacto, por momentos, porque a vida dá-nos uma razão, ou relembra-nos todas as antecedidas, para essa euforia de viver passar. Num mundo e, essencialmente, num país onde há cada vez mais depressões, casos de distúrbios psicológicos (mais e cada vez em mais tenra idade), senti durante anos que não seria excepção, que em determinada altura, por determinado factor, lá está, me teria ido abaixo até nas coisas que melhor faria. Durante anos senti-me angustiado, sombrio, quase intrinsecamente revoltado, mesmo que sub-conscientemente. Deparei-me então, nessa altura, que teria tido graves deficiências educacionais que poderiam ter repercussões gravíssimas nas minhas ambições (ou falta delas)... Sempre me senti excluído da vida de algumas pessoas que, pela lei natural da vida, me deveriam amar (e aqui, continuo a sentir que não houve qualquer erro de julgamento), mas sempre tinha tido o suporte de outras pessoas, pessoas essas que, com a chegada duma terceira não muito bem vista, me começaram a afastar como que se vissem em mim, uma réplica dele. Pois bem, não o sou e tenho a completa convicção disso, não a tinha pois levaram-me ao ponto de me questionar acerca de mim, mas hoje, ao fim de 4 ou 5 anos, posso afirmar que estou numa espécie de "reabilitação mental". Sinto o factor confiança voltar, o factor auto-estima elevar-se, e o factor dúvida a chegar ao descalabro. É importante aprender-se que estados mentais deploráveis têm consequências no estado físico. Aos anos que não comia tanto como nesta última semana, e sinto o meu corpo a melhorar imenso. Não comia derivado ao factor instabilidade. Agora todos esses demónios desapareceram, agora sinto-me, ao fim de todos estes anos, pela primeira vez, divino. Sinto que, mesmo podendo partir um dia, ou simplesmente não ficar apoiado pelo factor que me remodelou (do qual falarei mais calmamente noutra ocasião), nada voltará ao "antes" pois nutro por esse factor, um outro, o factor orgulho. E esse, por mais que a raiva culmine, por mais que o ódio se exalte, nunca desaparece. E sempre terei esse orgulho por seres tudo o que és, factor "Julieta".

sábado, 2 de julho de 2011

Crónico

E é quando o vazio crepita nos olhos e o silêncio faz ricochete no ouvido, que se dá importância à solidão. E é quando o barulho dos ténis cansados da viagem, sobressaem na noite que traz consigo o breu e é quando o espaço imenso da avenida nos leva a um imenso nada, que se questiona a razão de não termos ninguém. E é quando se escreve sobre isso, que já não vale a pena racionalizar acerca do assunto, pois torna-se um problema crónico, que está alojado no nosso crânio como se de uma bala se tratasse, e apenas uma, pois nem a morte traz companhia.

sábado, 11 de junho de 2011

Falta

Na falta de motivação, abre-se a porta ao desespero. Na falta de amor, abre-se a porta à atracção. Na falta de esperança, abre-se a porta ao conformismo. Na falta da própria falta, abre-se a porta ao motivo mais ridículo para termos algum sofrimento impregnado na alma. Na falta de razoes, abre-se a porta à teimosia. Na falta do riso, abre-se a porta à escuridão. Na falta do vibrar, abre-se a porta ao ritmo do coração. Na falta de afecto, abre-se a porta ao acolhimento. Na falta de paz, abre-se a porta à resiliência. Na falta de ti, fecha-se a porta a tudo isso e abre-se a janela arrombada pelo silencio provocado pela falta dos teus versos e que leva a escravidão que me proporcionas e me faz sentir dono do Mundo.

domingo, 15 de maio de 2011

Guerra Santa

Se Deus é, de facto, o tal ser que o cristianismo tem vindo a proclamar, se é, de facto, todo aquele ser transcendente vingador e um santo rancoroso, que a Humanidade tem vindo a alojar na sua mente, então o ser Humano é, nada mais, que um ser irracional, desprovido de mentalidade própria. Nesse caso, continuo a preferir a minha religião. Uma religião que abriga na alma "algo". Talvez não um Deus. Provavelmente não um Deus. Talvez a minha religião seja a designação de esperança mórbida que, por mais doentia que seja, não me cega, apenas me estimula a vista para que eu possa ter uma força inexplicável para poder lutar todos os dias pelo que desejo. Já agora, só para o caso de existires, peço-Te desculpa, não vá o diabo tecê-las...